Sejam bem vindos...

Se você chegou até aqui é porque algum motivo teve para isso... seja qual for esse motivo, fico feliz de ter você comigo nesse meu cantinho.

domingo, 30 de julho de 2017

Grande Amor X Amor Certo

Blair: Chuck, por que você fez isso?
Chuck: Por causa do que você disse antes.
Blair: Sobre ser feliz? Chuck, isso não é a coisa mais importante. As pessoas não escrevem sonetos sobre compatibilidade ou novelas sobre objetivos compartilhados ou sobre conversas estimulantes. Os grandes amores são os loucos. Amour fou!
Chuck: Não moramos na Paris dos anos 20.
Blair: Mas, a gente gostaria disso.
Chuck: Há uma diferença entre um grande amor e o amor certo. Eu sai do Empire State Building dois minutos depois da hora que a gente tinha marcado. Ele te esperou a noite toda. É a sua chance de ser feliz. Você acha que não deve ser feliz, porque nunca foi. E isso te assusta. Viva o seu conto de fadas.
Blair: Teríamos o nosso conto de fadas.
Chuck: Não seria assim, você sabe. Como se sente sobre hoje a noite?
Blair: Horrível. Eu me sinto péssima. Na verdade, eu nunca me senti desse jeito antes.
Chuck: Culpa! Também sinto.Talvez eu esteja, finalmente, amadurecendo.
Blair: Eu não queria deixar você ir embora.
Chuck: Não deixe ninguém dizer que você é fraca. É a mulher mais forte que eu conheço.
Blair: Estou usando toda a força para me afastar de você.
Chuck: Eu sei. Mas, tenho que deixar você ir. E você também.
Blair: Eu sempre vou te amar.
Chuck: Sempre vou te amar.


(Diálogo de Gossip Girl 4x22)

sábado, 15 de julho de 2017

Será mesmo apenas um sonho?


Era um dia como outro qualquer, em que eu estava indo a reunião ao qual eu frequento todas as semanas. Naquele dia uma amiga estava indo comigo. Vou chama-lá de Joana. Eu e Joana estávamos atrasada para a reunião e, por isso, eu dava passos largos para chegar a tempo da palestra. O motivo do atraso eu não consigo me recordar, mas o atraso me deixava bem nervosa. Eu nunca soube lidar muito bem com atrasos. Depois de um tempo caminhando, finalmente chegamos ao nosso destino. Porém, o local não era bem o que eu esperava encontrar. Como já disse anteriormente, eu frequento essas reuniões semanalmente, mas cheguei a um lugar um tanto quanto diferente do que eu estava acostumada. 

Era o meu lugar, mas, ao mesmo tempo, não era. Era o local ao qual eu estava me dirigindo, mas, ao mesmo tempo, não era. Ao chegar, eu fui recebida, bem na entrada, por uma mulher, que chamarei de Fátima. Fátima me recebeu com um belo sorriso, apesar da minha expressão um tanto quanto cansada, por ter vindo correndo para não me atrasar tanto. Fátima, cuidadosamente, me pediu que ficasse calma e a única coisa que eu pedia era desculpas, pelo meu atraso. Foi então que Fátima me disse para ficar tranquila, pois eles estavam me aguardando. Confesso que não compreendi muito bem aquilo, mas Fátima tinha o dom de me deixar tranquila.

Segui por um corredor largo e estreito com Fátima. Não me recordo mais de Joana comigo a partir desse momento. Nesse corredor cruzamos com poucas pessoas, mas, praticamente todas elas vestiam roupas brancas. A propósito, todo o local onde estávamos era, também, cercado de paredes bem branquinhas. Ao final do corredor, um homem me esperava e o mesmo me foi apresentado por Fátima. Após essa breve apresentação, como num passe de mágica, eu me vi em uma área externa daquele lugar, em uma roda, cercada por vários homens, todos eles vestindo roupa branca e com uma aparência muito tranquila. Apesar de ser uma situação extremamente estranha para mim e totalmente diferente do que eu estava acostumada a vivenciar, semanalmente, em minhas reuniões, aquele lugar, aquelas pessoas me traziam uma sensação muito boa de paz, de tranquilidade e de segurança. Era muito bom estar ali, naquele momento, cercada por aqueles homens que pareciam estar em oração.

Porém, em outro passe de mágica, eu agora me vi no meio de outra roda e em outro lugar totalmente diferente daquele que me trazia paz. Agora, a sensação não era mais de paz e tranquilidade, mas sim de medo, de angustia, de uma grande tristeza. Agora, a roda em que eu estava era formada por mulheres, mulheres que me olhavam com muita raiva. Mulheres que me chutavam e pareciam estar com muita raiva de mim. Foi então que, de repente, enquanto aquelas mulheres pareciam me punir com chutes e xingamentos, eu vi um homem sendo carregado por outros homens. Vou chamá-lo de José. Apesar de estar distante, era nítido que José estava sendo levado a força e era mais nítido ainda o sofrimento daquele homem. Apesar de não conseguir ver o rosto de José de forma nítida, eu me lembro que ele era moreno e vestia trajes que o faziam parecer um cigano.

Naquele momento, ver aquele homem sendo carregado daquela maneira me doía mais do que a dor física que meu corpo estava sendo submetido. Aquilo me causava uma dor lá no fundo do meu coração. Foi então que ouvi José gritar meu nome. Era um grito tão forte dentro de mim que minha única vontade era de sair correndo ao seu encontro. Mas, eu não consegui fazer isso e, logo após o grito de José, eu só consegui ouvir o barulho ensurdecedor de um único tiro. Naquele momento, nem os chutes que feriam a minha carne conseguiam ser tão dolorosos quanto a dor que eu sentia em meu coração ao ouvir aquele barulho. Fez-se, naquele momento, um silêncio tão grande dentro de mim que parecia que, finalmente, tinham conseguido atingir.

Naquele momento eu despertei e pude então perceber que tudo aquilo não se passava de um sonho. Eu ainda estava na minha casa, deitada e a noite ainda pairava lá fora. Porém, eu não conseguia me levantar da cama porque estava com muito medo e porque meu corpo e meu coração pareciam, realmente, ter passado por um grande e triste momento de tortura. E na minha mente só vinha a lembrança daquele homem. E no meu coração só restava a dor causada por aquele estrondoso tiro.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

A difícil tarefa de se estabelecer um relacionamento

Viver a dois é difícil. Iniciar a um relacionamento a dois é muito mais. Às vezes, me questiono sobre quando essa dificuldade teve seu inicio. Quando paramos para conversar com aqueles de mais idade, aqueles que trazem a experiência junto consigo, percebemos, claramente, que essa dificuldade não é tão antiga quanto parece. É comum nossas mães afirmarem que, na época delas, namorar ou casar era apenas uma questão de tempo. Tudo bem que esses relacionamentos eram, muitas das vezes, relacionamentos arranjados. Mas, arranjados ou não, a verdade é que, naquela época, existia algo que hoje em dia não se vê mais: o interesse de estar ao lado do outro.

Em contrapartida, hoje em dia, se sentarmos para prosear em uma rodinha de amigas, o primeiro conselho que vamos escutar das nossas companheiras, quando estamos na eminência de um relacionamento, é o de que não devemos criar expectativas. Ou seja, de acordo com as regras atuais, nunca devemos deixar crescer, dentro de nós, a vontade de estar ao lado do outro. A regra é deixar acontecer naturalmente. Quer dizer, não tão naturalmente assim, porque é preciso agir com frieza, é preciso demonstrar que você não quer para, quem sabe, ter aquilo que você tanto deseja: a presença do outro ao seu lado.

Estamos vivenciando, em pouco tempo, uma grande inversão de ideias. Em um tempo não tão distante assim, nós, mulheres, éramos obrigadas, muitas das vezes, a fingirmos interesse pelo outro. Dessa forma, o outro se sentia seguro no que diz respeito aquele relacionamento que ele desejava, de toda forma, construir conosco. Hoje não! Hoje é preciso mostrar que você ama a liberdade, que você está afim, apenas, de uma boa noite de prazer, para que o cara fique tranquilo e, quem sabe, comece a se interessar, finalmente, por você. Para que ele pense, talvez, em construir um relacionamento com você.

A verdade é que se antes era difícil manter um relacionamento, hoje a dificuldade é de se criar um relacionamento. É preciso viver como se estivéssemos pisando em ovos, o tempo todo. Pensar, um milhão de vezes, antes de dizer um simples: "Ei, eu gostaria de te conhecer melhor", porque se expressar de forma simples e verdadeira faz com que o outro crie um medo absurdo com relação a nossa pessoa. Porque uma frase, uma palavra dita fora do padrão estabelecido faz com que você coloque em dúvida a sua postura de mulher bem resolvida e nada disposta a desenvolver um relacionamento com o outro.

Texto publicado no Jornal Rio - Zona Sul em 02/2017

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Será possível comprar a tal da felicidade?

Vou dar inicio a esse texto dizendo que já foi comprovado, por experiência própria, que o dinheiro compra a felicidade. Sei que pode parecer um tanto quanto ilusório, mas quem é que nunca ficou feliz com a compra da casa própria ou com aquela viagem que, finalmente, conseguiu realizar? Pois é, a grande constatação é de que toda essa felicidade não poderia se tornar real se não fosse o tal do dinheiro. Mas, e quando não estamos falando de bens materiais, de bens intelectuais e coisas do tipo? E quando estamos falando de coisas que não nos cabe ver, que podemos, simplesmente, sentir. Será que, para esses casos, podemos, também, comprar a tal da felicidade?

Por muitos anos eu digo que responderia com um saudoso não a esse questionamento. Afinal de contas, em minha humilde sabedoria, nós jamais seriamos capazes de comprar coisas intangíveis, de comprar a felicidade que não se encontrar, por ai, numa imobiliária ou em uma agencia de turismo. Mas, como a vida é uma eterna mudança, hoje em dia eu já digo que não é bem assim que as coisas funcionam. Por mais absurdo que possa parecer, nós, seremos humanos, somos capazes de comprar essa felicidade invisível a olho nu, essa felicidade, simplesmente, sentida por nós.

Vamos pensar o seguinte: será que todos os relacionamentos são tão naturais e verdadeiros quanto parecem ser? É obvio que não e ponto final. Quantos relacionamentos categorizados como por interesse a gente vê por ai. É a mulher carente que recebe todo o amor e carinho que sempre desejou de um cara que só está com ela por algum interesse próprio. Ou o homem solitário que encontra companhia nos braços de uma mulher que tem por ele, apenas, grande respeito e gratidão. Amor? Amor passa bem longe desses casos.

Creio que se estivéssemos em outra época, como no período em que o casamento era algo arranjado pelas famílias, esse tipo de relacionamento, talvez, não nos chamasse tanto a atenção. Hoje, nós estamos num momento em que somos livres para dirigirmos a nossa vida, mas ainda não, necessariamente, autossuficientes. Embora a liberdade seja uma vitória conquistada por nós ao longo de todos esses anos, ainda não fomos capazes de nos libertarmos da falta que o outro faz em nossas vidas. 

Diante de tudo isso eu me questiono se é errado comprar a felicidade que o outro tem a nos oferecer. Se eu posso, racionalmente falando, comprar uma felicidade, um momento de prazer, um motivo que me ajude a ver o mundo levemente cor de rosa, qual erro há nisso? Talvez, o erro esteja em não assumir, para si mesmo, que essa felicidade não é algo que caiu do céu, como nos contos de fadas. Mas, sim uma felicidade que, de alguma forma, nós conseguimos adquirir. Uma felicidade do mundo real. Talvez, erro maior seja deixarmos de viver momentos felizes, pelo simples fato de sabermos que eles não são tão naturais quanto gostaríamos que fossem. Afinal de contas, viver é uma junção de pequenos momentos de felicidade, sejam eles contos de fadas ou contos da vida real.

Texto publicado no Jornal Rio - Zona Sul em 01/2017