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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Cinqüenta tons de cinza

Confesso que movida pela curiosidade e pala indicação de uma amiga, eu resolvi me render ao burburinho do momento: “Cinqüenta tons de cinza”. Saindo do trabalho na véspera de um feriado resolvi comprar o livro para me distrair um pouco no feriado ou, quem sabe, conseguir dormir. Leituras chatas me trazem um sono maravilhoso! Porém, para minha surpresa (ou será que não foi bem uma surpresa?), eu não consegui tirar os olhos daquela trama durante os dois dias seguintes a compra do exemplar. E, meia hora após o seu término, eu já estava na livraria em busca de “Cinqüenta tons mais escuros”. Bem, mas voltemos ao primeiro livro dessa trilogia, que ainda vai dar muito que falar.

Li e escutei muitas criticas (boas e ruins) sobre o livro. Respeito todas elas, sem sombra de dúvidas! Se nem Jesus Cristo conseguiu agradar a todos, não seria um livro que conseguiria tamanha proeza, certo? Não faço da leitura de livros uma prática constante em minha vida e muito menos sou formada em letras, literatura ou qualquer coisa do gênero para dizer se a obra é de boa qualidade ou não no âmbito mais técnico. A verdade é que o livro conseguiu prender minha atenção e isso é o que me importa. Gosto de livros assim.

Tudo bem que para uma menina, recém saída da universidade, apaixonar-se por um Deus Grego, rico, extremamente sexy e que se mostra aberto a mostrá-la um mundo até então desconhecido é a coisa mais fácil desse mundo. Somos curiosas, queremos sempre mais e o estranho, de certa forma, nos interessa (Ainda mais um estranho de olhos cinzentados). Mas, quem se importa com o obvio? O gostoso mesmo é curtir cada momento dessa louca história de amor. Sim, de amor, por mais que possa parecer o contrário. E é assim começa a história desse casal, que se conhece da maneira mais inesperada possível. Até porque, se fosse um encontro planejado durante anos e anos seria a coisa muito chata, não é mesmo?

Concordo com todas as críticas que dizem que o livro mostra cenas de sexo em demasia, porém, qual leitora não suspirou com cada orgasmo do casal? Qual leitora não pensou, ao menos uma vez, encontrar um homem cuja química seja tão forte, que um simples apertar de mãos faz com que você se contorça de prazer. Tudo bem que estamos lidando com o mundo da ficção, mas e daí? Fechar os olhos e imaginar cada uma daquelas cenas é de tirar o fôlego e não faz mal a ninguém. Muito pelo contrário, faz um bem enorme para a pele. Porém, discordo completamente quando tentam associar o livro a um livro de sexo para mulheres casadas. Se você se predispuser a ler o livro de mente aberta (minha amiga me pediu para ler o livro assim, sem preconceitos), você vai entender que o sexo é apenas um mero coadjuvante nessa história. Ok, um coadjuvante bem interessante, diga-se de passagem, mas o foco principal dessa intensa história está longe de ser ele.

Não sou adepta ao sadomasoquismo, assunto retratado de maneira bem clara no livro, que isso fique bem claro. Porém, acredito que entre quatro paredes vale tudo sim, desde que o casal esteja em comum acordo e com muita vontade, obvio. E, para isso, não se faz necessário assinar um contrato, coisa que o livro vai mostrando no decorrer de suas páginas. Não é a história de um casal pervertido e insaciável por sexo que está sendo retratada nas entrelinhas. Temos ali um homem e uma mulher, de mundos complemente opostos, aprendendo a lidar com os problemas que qualquer casal tende a passar em seus relacionamentos. E mais, além de ter que lidar com seus próprios problemas, é preciso lidar com os problemas do outro. Quem nunca teve medo de perder o ser amado? Quem nunca teve vontade de se doar por completo a pessoa que ama? Quem nunca tentou impor suas próprias regras dentro de um relacionamento na esperança de que o outro possa mudar (nem que seja um pouco)? Quem nunca sentiu aquela saudade da pessoa, a ponto de querer viajar por quilômetros só para ver aquele sorriso lindo bem diante dos seus olhos? E mais, quem nunca tentou realmente mudar seus hábitos, um tanto quanto estranhos, para que o relacionamento pudesse chegar a um meio termo?

Enfim, eu poderia fazer mil e um questionamentos aqui que levassem você a refletir a respeito de sua própria vida e do quão próxima ela pode estar com “Cinqüenta tons de cinza”. Tudo bem que me assusta um pouco ler e ouvir comentários do tipo “Eu preciso desse homem na minha vida”. Muita calma nessa hora! Na ficção tudo é lindo, mas na vida real não é bem assim que a banda toca. Ter um homem sensual, rico, com todo aquele apetite sexual e amor por você deve ser realmente maravilhoso, mas vale lembrar que esse homem é um ser humano doente. Nada deve ser levado ao extremo. Então, o negócio é deliciar-se com o livro e tentar buscar as qualidades boas em cada um dos personagens (Ninguém merece os momentos de submissão daquela menina). E, depois, partir para “Cinqüenta tons mais escuros”, pois nesse livro você poderá ver realmente aquilo que as cenas de sexo do primeiro conseguiram encobrir um pouco: um romance de verdade, um amor baunilha... Ou melhor, um amor baunilha com uma boa calda de chocolate, afinal de contas estamos lidando com o nosso "Cinquenta Tons"!